Ego, como eu te amo!



Há pouco tempo recebi em minha casa a ilustre visita de uma tia, graças a Deus, salva no Senhor. Digo ilustre, pois ela é uma mulher que, embora muito humilde, reconhece o valor do Senhor na sua vida. Quando vejo e sinto isto em outros irmãos, simplesmente não me resta outra coisa a não ser admirá-los.
Foi tão interessante a conversa com ela, pois percebi como as pessoas tem um “ego” tão elevado. Conforme minha tia me contava como as pessoas na igreja dela eram tão egoístas e arrogantes, como se orgulhavam em não perdoar para não se "rebaixarem", fiquei pensando no olhar do Senhor para nós. Como é possível termos orgulho em não perdoar? Como podemos ser tão egoístas e dizermos que amamos a Deus? Se amo ao Senhor não posso deixar que o ego me domine pois minha vida já está renunciada à cruz. Já estou crucificado. Como é possível haver tantas disputas por cargos? Como podemos nos tornar "rebeldes" aos nossos líderes, revoltados com as decisões que eles tomam? Como é possível causarmos uma divisão no Corpo do Senhor? Como é possível taparmos nossos ouvidos ao clamor do pobre? Como é possível fingirmos por tanto tempo dentro da casa do Senhor? Como podemos ficar mais preocupados com nós mesmos ao invés de destruir fortalezas, muros que nos impedem de um relacionamento melhor com nossos irmãos?. Isso tudo sem contar aquelas situações em que há quem fique triste ou bravo porque não fizeram uma tarefa conforme você pediu, ou não deixaram você cantar ou tocar, ou você fez algo que outro levou o crédito ou você não fez nada e ainda queria levar o crédito. Essas foram algumas perguntas e situações que fiquei pensando comigo mesma para procurar entender tudo isto conforme eu fora ouvindo. Resultado: assim como não entendi (e continuo não entendendo), não consigo me conformar.
Como há pessoas no nosso meio, no nosso convívio cristão, que se acham tão “super-poderosas”, querem toda a atenção, todo o brilho, todo o foco em si mesmas, e obviamente, ainda querem ser donas da razão. O engraçado é que, ao conversar com pessoas assim, elas ainda dizem que “toda a glória é para Deus”, claro, para serem vistas como modestas.
Além disso, ainda ouvi de um amigo meu a engraçada expressão de que pessoas desse tipo, podem ser denominadas de “semi-querubim” para as mais “humildes” ou até mesmo “vice-Deus” (já ouviram essa?), para as que se acham as "maiorais". Expressões assim podem mesmo ser engraçadas, porém, a triste notícia é quem muitos que se olham assim, vivem no engano, querem permanecer no engano, querem viver uma vida de aparência, deixando de viver a maravilhosa graça de Deus. Não se deixam ao menos ser “moldados” pelo oleiro, para que finalmente reconheçam o como são pequenos diante do Altíssimo. Fico pensando no olhar expressivo de Deus ao nosso respeito e como ele conhece cada coração. Por mais que possamos nos enganar, jamais, nada e ninguém poderá enganar ao Senhor. Ele nos criou, conhece cada detalhe do nosso DNA, sabe que somos falhos, mesmo assim nos ama. Entretanto, Sua glória, Ele não dá a ninguém (Is. 42.8). Quer aceitemos ou não.
É o nosso ego e ele é importante na nossa formação como pessoa. Não existe ninguém sem ego. O ego, resumidamente na psicologia, nada mais é que a forma como nos olhamos e temos a concepção de nós mesmos, somando todos os nossos pensamentos, idéias, sentimentos ou percepções. A questão está no ego quando "adorado", protegido, o "ser mais importante que os outros" pois, faz com que as pessoas olhem para si como se fossem o centro de tudo. É o egocentrismo tomando o lugar que deveria ser do Senhor. Pessoas egocêntricas são aquelas que só pensam nelas, só suas opiniões são as corretas, ficam insensíveis às necessidades dos outros, não pedem perdão e fazem o que for preciso para que estejam sempre "por cima". A dura verdade nisto, é que encontramos bem dentro das nossas igrejas.
Neste ponto, o ego é algo tão precioso na vida do homem que torna-se praticamente outro ser vivo querendo manter um outro vivo.
Quem não gosta de um elogio ou ter seu ego massageado? Todos nós gostamos. Elogiar alguém não é o problema. A questão é o que o elogiado vai fazer com o elogio que recebeu. Como reagirá verdadeiramente? Não são nossas palavras que nos condenam ou nos promovem e sim nossas atitudes. Portanto, não deveríamos amar, adorar e se deixar dominar por este "ser" chamado ego e sim, nos olharmos e amarmos a nós mesmos como salvos em Cristo, remidos e dependentes do Senhor, trazendo bons frutos e frutos que permaneçam.
Se atentarmos bem sobre como funciona o nosso eu e nossa vida com Deus, provavelmente seria algo assim:

Uma guiada pelo ego: Sou o centro de tudo. Eu sou mais importante; Não perdôo; Não vou ceder e nem me humilhar; Vive no engano; Vive para si mesmo; “Olhem para mim”

Uma pessoa guiada por Deus: Deus é o centro de tudo. Deus é o mais importante; Eu perdôo você (Mt 6.14); Eu cedo e me humilho por amor a você (I Pe 5.6); Vive na verdade (Jo 3.21); Vive para Deus (Gl 2.20); “Olhem para Deus” (Hb 12.2)



Para quem está no mundo o ego é tudo para se sobreviver e a palavra diz que o mundo jaz no maligno. Isto significa que se você é cristão e não tem uma mente renovada em Deus para saber quem é você em Deus e quem é Deus em você, é certo que viverá uma vida de engano porque o mundo já está perecendo no mal.
Para o cristão o amor ao ego deveria ser substituído pelo amor a si mesmo como "nova criatura", Amar a si mesmo, além de mandamento, tem como objetivo amar ao próximo. Ame ao seu próximo como a ti mesmo. Quem ama a Deus também tem que amar ao seu irmão (I Jo 4.21) Sempre amar ao outro, é sempre dar a preferência ao outro e não a si mesmo em primeiro lugar. Imagine se Deus olhasse só para si mesmo ou para nós com olhar egocêntrico? Certamente não estaríamos aqui. Deus foi o primeiro exemplo de amor e generosidade quando enviou o que tinha de melhor: Jesus. Deus deu da sua primícia, pensando não em si mesmo, mas em todas as gerações que passariam a existir e a conhecê-lo. Por que relutamos tanto, preferimos ficar com o nosso ego ao invés de aprendermos com este exemplo?
Como falta para nós reconhecermos nossa pequenez diante de Deus! Quantas vezes deixamos de ser abençoados por falta da revelação dessa palavra e por falta desse reconhecimento. Temos uma visão tão limitada do que realmente é importante. Se conquistamos algo, damos o crédito a nós mesmos. Se deixamos de conquistar culpamos ao Senhor. Quanto mais tempo viveremos nos enganando? Quem de fato está errado? É tempo de sondarmos o nosso coração e se for o caso, buscar do Senhor o seu perdão...


Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte
I Pe 5.6

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